quarta-feira, 11 de junho de 2008

Os vários olhares de uma viagem de trem

Nessa crônica especial, os repórteres Bruno Anderson e Marcos Sampaio mostram os olhares e percepções de uma viagem de trem sob a ótica de quem só observa e a de quem muito conversa.

Nem me lembro mais quando eu andei de trem pela última vez. Quis o destino que esse reencontro acontecesse em uma nublada manhã de quinta-feira. Antes de experimentar essa “aventura”, um sufoco: pegar um ônibus lotado às sete da manhã. Empurra pra lá, empurra pra cá, aos poucos fui me aproximando da porta de saída. Ufa! Cheguei!

Cá estamos nós. Estação João Felipe, centro da cidade. Nessa hora o movimento é maior no desembarque do que no embarque. Não é por menos. Os trabalhadores, sacoleiros e estudantes de Fortaleza e região metropolitana chegam ao centro da capital para os seus compromissos.

Engraçado. Parece que o tempo parou na principal estação de trem do estado. Isso não é ruim, pelo contrário, é ótimo. Refiro-me à conservação do patrimônio de anos, com fachada do prédio que tem arquitetura clássica, portas giratórias de ferro e bancos de madeira à antiga, como não se vê mais nas praças. Ao comprar o bilhete da viagem, uma surpresa: apenas R$ 0,50. Isso a meia. Não por menos muitos trocam ônibus por trens. A trilha sonora da viagem é o barulho emitido pelo próprio trem. Não tem música. Na paisagem, praticamente não se vêem pessoas e sim árvores, matos, enfim, um visual predominantemente verde. Parada mesmo, só nas estações.

Antes de embarcar na viagem, que teve como destino Maracanaú, uma rápida conversa com o guarda da estação. “O trem vai demorar?“ pergunto, ao perceber que o relógio marcava dez minutos de atraso do horário previsto. “Não, já já ele chega, não tem erro”, responde ele. Enquanto o trem não chega, fico a pensar: será que o trem possui condições melhores do que os ônibus? Será seguro? A viagem será rápida? Será divertido?

Para me certificar sobre algumas dessas auto-indagações, converso com um senhor de meia idade, tranquilamente sentado em um banco a espera de um trem. “Por que o senhor viaja de trem e não de ônibus? pergunto. “Ah, eu acho mais seguro”, diz ele, que apesar disso, assegura que não há conforto nos trens. Ele também me conta que viaja de trem todos os dias há quatro anos. Questiono ao recém conhecido sobre as condições dos trens. Eis que percebo a resposta com um tom pessimista. Ele me diz que alguns trens estão péssimas condições, com vagões enferrujados e furados. Em outros, diz ele, os vagões viajam de portas abertas, expondo as pessoas a pedradas.

Ao fim da resposta, ouvimos o barulho do trem. Pronto! A hora é essa. Como se trata de um momento único, ou pelo menos raro, aproveito para tirar fotos. Antes, durante e no retorno da viagem. Afinal de contas, eu só queria viajar de trem, de ida e volta.

Dei sorte. Não peguei um trem “lata velha”, como é costume chamar os trens já enferrujados e furados que o senhor há pouco tinha me dito. No embarque, tranqüilidade. Não há lotação e facilmente encontro lugar para sentar. Ah, já ia me esquecendo, não estou sozinho nessa viagem. Três amigos, também estudantes de jornalismo, estão comigo nessa. Cada um deles fazendo observações, batendo papo e apreciando a experiência.

Observo o jeito das pessoas e logo percebo um grupo de três amigos numa descontraída conversa. Boa chance para fazer novas amizades, trocar idéias e conhecer um pouco da vida deles. Ao aproximar-me, digo “Bom dia” (novamente) e me apresento. Digo o que estou fazendo nessa viagem ‘diferente’ e convido-os para um bate papo sobre o “andar de trem”. Fui bem acolhido pelo grupo. Todos eles porteiros de condomínio. Quem diria: amigos que trabalham em lugares diferentes mais que aproveitam as viagens de trem para se reencontrar e pôr os assuntos em dias. Os três amigos são: Otacílio Alves, o mais brincalhão, Moreira Neto, o mais calado, e Jacinto Bezerra, o mais falante.

A conversa flui. Flui mesmo, durou todo o percurso da viagem: 40 minutos. Na pauta, ou melhor, na conversa, além da viagem, outros assuntos também entram em cena: futebol, o dia-a-dia de cada um e planos para o futuro. Durante a viagem os três confirmam tudo o que eu já havia ouvido antes de embarcar: a preferência pelo trem por ser mais seguro, barato e tranqüilo.

Legenda: Neto (camisa branca listrada), Jacinto (rubro-negra), Otacílio (verde) e eu

Jacinto, que além de ser o mais falante é o de mais idade, conta que a cada viagem tem a expectativa de encontrar um trem com melhor. É uma pena que nem sempre sua vontade seja atendida. “Quando eu chego na estação e vejo o trem velho me dá uma tristeza, mas quando eu vejo o trem novinho (como o que estávamos) me dá uma alegria”, diz.

Otacílio, o homem das anedotas e de óculos escuros, espera que, quando o Metrofor (Metrô de Fortaleza) estiver em circulação possa largar as viagens de trem. Para ele, será uma grande vantagem, principalmente pela economia de tempo. “O espero andar logo de metrô, se Deus quiser e se eu tiver vivo daqui para lá (risos)”, brinca ele.

Perguntei a Neto, o mais jovem entre eles, sobre as situações que tinha presenciado numa viagem de trem. Ele conta casos de pessoas que cometem, por com muita raridade, suicídio após a partida dos trens. Isso mesmo, suicídio. “Talvez pela rapidez da morte (com a velocidade e impacto da queda) as pessoas prefiram morrer desse jeito”. Nem tudo é tristeza na conversa com ele. Neto conta que, apesar dos problemas, não troca a tranqüilidade dos trens pelo “aperreio” dos ônibus.

O papo está bom mais a viagem já está acabando. O destino dos três é Maracanaú. A parada final é na estação Vila das Flores. Com a certeza de que o bate-papo foi proveitoso, me despeço de cada um. Agradeço pela amigável acolhida, pela descontração e atenção a mim dispensada. Chegando a parada final, resta apenas fazer o caminho de volta. Volto também o meu velho e conturbado passeio pela cidade. O ônibus já me aguarda.

Saiba mais sobre essa viagem sob a ótica de quem observou os demais passageiros, na crônica-reportagem de Marcos Sampaio. Confira.

sábado, 10 de maio de 2008

Fãs realizam movimento para trazer RBD para Fortaleza

Em sua segunda turnê no Brasil, para lançar o disco “Empezar desde Cero”, o grupo RDB não fará show em Fortaleza. Os fãs cearenses do grupo realizam manisfestações em diversos pontos da capital. (foto: Bruno Anderson)

O grupo RBD (Rebelde) está no Brasil. Fez o seu primeiro show no Rio de Janeiro, na noite da última sexta-feira (9), abrindo uma turnê de apresentações por diversas capitais brasileiras. O problema, pelos menos para fãs cearenses do grupo, é que Fortaleza não está entre essas capitais onde o grupo mexicano fará apresentações. Vale lembrar que, na última turnê do grupo ao Brasil, o grupo realizou um show em Fortaleza, no Marina Park Hotel, em dia 22 de setembro de 2006 , com um público de cerca de 25 mil pessoas.

E quem disse que os fãs aceitaram Fortaleza ficar de fora da turnê? Logo após a divulgação das cidades em que o RDB faria os shows da turnê “Empezar desde Cero”, um grupo de fãs começou a organizar uma série manifestações pela cidade, conhecidas como “Movimento RBD em Fortaleza”, reunindo cerca 70 jovens. Recentemente, o grupo aproveitou a realização do show do cantor Roberto Carlos, no aterro da praia de Iracema, no último dia 13 de abril, para fazer uma de suas mais fortes manifestações. Os fãs do grupo chegaram ao local do show cerca de quatro horas do início da apresentação do “Rei”, com gritos de “Luzianne cade você? Nós queremos RBD” e “Eza, eza, eza, RBD em Fortaleza”.

Coincidentemente, estávamos no local da manifestação e acompanhamos o protesto dos fãs. Segundo informou uma das organizadoras da manifestação, o movimento está articulado com um grupo fixo de pelo menos 60 jovens, que realizam diversas manifestações em locais públicos e emissoras de televisão. Ela disse que o objetivo do grupo é pressionar as autoridades e promotoras de eventos para trazerem o grupo mexicano para Fortaleza, pois, de acordo com ela, o evento contaria com “lotação máxima” e “lucro garantido” para os empresários, além de reunir fãs de diversas cidades do Nordeste.



segunda-feira, 28 de abril de 2008

O google na vida de um pesquisador

No Brasil o site do Google já virou sinônimo de pesquisa. Viver na era da informação sem o principal site de bucas na internet parece uma missão quase impossível. Não é por menos que a maioria dos pesquisadores exploram diariamente o google e as ferramentas que ele oferece. Um desses pesquisadores é o professor Doutor em Sociologia Daniel Pinheiro, que diz usar o Google diariamente no trabalho, já que tem grande interesse por gestão da tecnologia da informação. Daniel, que leciona a disciplina de Ciência da Informação e coordena o Núcleo de Pesquisas em Ciências Humanas da Unifor – NUPECH, destaca na entrevista a seguir, as principais ferramentas que utiliza, além de destacar os rumos que o Google, mesmo com tantas ferramentas, ainda pode alcançar. Confira! (foto: Daniel Pinheiro - por Bruno Anderson).

BRUNO - Na sua opinião, quais as principais ferramentas do Google?
DANIEL - Para o meu trabalho de professor, a barra de ferramentas do Toolbar, o Google Desktop e o Firefox são, para mim, ferramentas imprescindíveis.

B - Como o Senhor utiliza no trabalho as ferramentas que você citou?

D - O FireFox, por exemplo, me permite, às vezes, visualizar bem melhor alguns sítios. Principalmente os sítios montados por pesquisadores, por que já foram feitos para serem visualizados por ferramentas como o FireFox, então, por exemplo, o visual do FireFox comparado ao do Internet Explorer oferece um olhar diferente da minha própria página
. No FireFox a enquete fica do lado direito com uma resolução. Quando eu abro essa mesma página no Explorer, ela não tem o mesmo desenho, por que ela foi feita para ser visualizada pelo FireFox. Um segundo ponto é que onde eu estiver trabalhando o FireFox é mais rápido, independente de onde você está. Outro ponto é que tem uns arquivos que eu geralmente não localizo (no Explorer). Eu não conseguia localizar o texto pelo Explorer e entrei pelo Firefox e encontrei o texto.

B - E as outras duas ferramentas, o Google Desktop e o Toolbar...

D - O Google Desktop permite que se eu tentar localizar um documento pelo windows, você falta não achar o documento, aqui (na página do Desktop) eu procuro um documento que está ou esteve aqui e consigo abrir. Por exemplo, eu coloco uma palavra-chave e ele vai à procura do texto e ele procura por textos que as palavras estejam nessa ordem. Se eu inverter, ele me dá outros textos. De maneira muito rápida ele me dá uma economia de tempo. Já o Barra Toolbar altera a aparência do Explorer. Ele torna o Explorer mais rápido do uso que eu dou a ele. Na barra do Toolbar, eu encontro algumas coisas que para mim são interessantes, como por exemplo, eu tenho o Gmail já disponível, a pesquisa no meu computador já disponível com o Google Desktop, uma pesquisa do Google acadêmico, um navegador específico de notícia, o Orkut, ele me dá o ranking das páginas, que eu posso também trabalhar com isso, e ele me dá uma busca na internet.

B - Das ferramentas do Google, qual a que o Senhor acha mais importante?
D - O Google Desktop, porque ele localiza rapidamente informações qu estão ou estiveram no meu próprio computador. E o Firefox que me permite uma boa visualização dos sítios que usam aplicativos "free", que são bons, não-pagos e livres, ou foram feitos a partir da base Linux.

B - Professor, que cuidados devemos ter com os sites listados pelo Google?
D - É preciso ter um Firewall para alertar quanto ao riscos de estar acessando sítios de "crackers" e um anti-vírus atualizado. Um firewall é um conjunto de programas correlacionados, localizado numa rede, que protege os recursos de uma rede privada de usuários de outras redes. O termo também implica a política de segurança que é utilizado com os programas.

B - O site Google é, sem dúvida, o mais acessado no Brasil para fazer pesquisas. No entanto, a maioria dos usuários demora horas para fazer pesquisas simples. O que podemos fazer, tendo em vista que o Senhor já está acostumado com pesquisas no Google, para otimizar o nosso tempo de pesquisa nesse site?
D - Primeiro, é preciso saber exatamente o que se deseja, se é documento acadêmico, artigo de periódicos científicos ou texto genérico. Segundo, para recuperar esse texto, é importante saber quais as palavras-chave que se vai buscar, pois, só as duas primeiras páginas da busca no site google.com.br são aproveitáveis. Esqueça o resto. Terceiro, seja qual for o sítio de busca que se use, todos são imperfeitos. Todos têm "bugs". Nunca use somente um. Há outros. Veja também as ferramentas como achei aqui, Msn ou a Yahoo. Elas são muito boas.

B - O que ainda falta se criar no google ?
D -
Uma ferramenta de Techweb que permita localizar imagens. No máximo se consegue hoje localizar o nome do arquivo de imagens ou o sítio onde a imagem pode estar.

B - Enfim professor, para encerrarmos, qual a importância que essas três ferramentas que o Senhor citou no início da entrevista tem no seu trabalho, cotidianamente?
D - A tarefa de um pesquisador de formação mais rigorosa, mais crítica, é propor e testar teorias. A gente testa teorias com diversas estratégias. Uma delas é testando levantar hipóteses a partir de determinada uma teoria e, em seguida, discutir essas hipóteses, para saber se elas são verdadeiras ou falsas, se elas se aplicam ou não se aplicam. Nessa teoria uma informação em formato digital, como eu encontro no Google, me permite coisas que eu não conseguiria fazer com facilidade se eu tivesse com o texto impresso em mãos. Por exemplo, descobrir quantas vezes ele (o autor) utiliza a palavra 'lógica' no texto ou se ele não usa a palavra no texto. Então, essa é a uma vantagem importante, porque ela (ferramenta) me dá agilidade, me dá velocidade tanto na localização do texto quanto na localização da recuperação da informação. Essa então é a vantagem de usar essas três ferramentas.

sábado, 26 de abril de 2008

A holandesa que tem a cara do Brasil

O Centro Dragão do Mar comemorou o seu aniversário de 9 anos trazendo a cantora holandesa Josee Koning, que é fã da música brasileira, em especial da Bossa Nova.

A cantora holandesa Josee Koning não poderia ter escolhido melhor hora para fazer um novo show em terras brasileiras. Afinal de contas, em 2008 a Bossa Nova, um de seus estilos favoritos, completa 50 anos. Ao lado do músico instrumentalista João Gaspar, a cantora, considerada a mais brasileira da Holanda, fez um show em homenagem a Bossa Nova – em especial a Tom Jobim, no anfiteatro do Centro Dragão do Mar, no sábado, 26 abril.


Josee Koning apresentou um show com músicas cantadas em português e holandês, mas todas com o toque peculiar da bossa nova. Koning esbanjou talento e simpatia com o público, que compareceu em bom número ao espetáculo, contando as histórias das músicas que interpretava. No repertório, músicas de sua autoria, alguns clássicos da Bossa Nova, como Desafino, de Tom Jobim, e canções de Carmem Miranda, Ivan Lins e Caetano Veloso.


Ao final de cada música, o público aplaudia calorosamente a cantora holandesa, que dialogava com um português impecável. Koning apaixonou-se pela música brasileira após concluir estudos no Conservatório de Amsterdam, na Holanda, passando a estudar e pesquisar as canções de cantores como Tom Jobim e o estilo da Bossa Nova.


Em 1995, Josee Coning gravou, no seu primeiro ano de carreira solo, o CD “Tribute to Antonio Carlos Jobim” que contou com os arranjos do músico brasileiro Dori Caymmi. O show foi gravado em Los Angeles, nos Estados Unidos, e fez turnê pela Europa, Coréia e no Brasil.

quinta-feira, 10 de abril de 2008

O fenômeno da Convergência midiática

Iphone: o ícone
Entenda o que é convergência midiática e quais os impactos que ela traz na utilização das mídias tradicionais.

Convergir. Essa é a tendência que todos os veículos de comunicação tradicionais estão passando a utilizar. Mas o que é mesmo convergência midiática? Trata-se simplesmente de um processo tecnológico em que, utilizando apenas um meio (internet, por exemplo), podemos encontrar várias mídias, portanto, elas convergem.

A convergência surge como uma forma mais rápida de se ter acesso a várias mídias ao mesmo tempo, adaptando-se ao homem do século XXI, que não tem tempo a perder.

Mas esses meios não convergiram da noite para o dia, eles foram se 'aproximando' aos poucos. A pesquisadora Maria Lucia Santaella Braga, professora da PUC-SP e que faz estudos sobre a influência das novas mídias nos processos culturais, disse, em entrevista do Jornal O Povo, que o processo de convergência midiática foi possibilitado graças à rapidez do desenvolvimento da hipermídia (documento capaz de mostrar imagens e sons), viabilizando a convergência de várias mídias tradicionais. “Foram assim fundidas, em um único setor do todo digital, as quatro formas principais da comunicação humana: o documento escrito (imprensa, magazine, livro); o áudio-visual (televisão, vídeo, cinema), as telecomunicações (telefone, satélites, cabo) e a informática (computadores e programas informáticos)”, explica.

Outro ponto que possibilitou a convergência midiática foi a digitalização dos meios, como afirma, Pérsio Menezes, em seu texto Os meios de comunicação como extensões da Internet. “Textos, imagens, áudio e vídeo, uma vez digitalizados podem percorrer livremente os circuitos midiáticos, uma vez que não se pode distinguir entre a cópia e o original: ambos são a mesma coisa”, comenta.

Exemplos de convergência midiática não faltam. Cada meio apresenta suas novidades. TV Digital, Iphone, Web-rádios e os blogs são as principais ferramentas utilizadas respectivamente por televisão, celular, rádio e jornal para buscar a convergência. O jornalista tem uma importância fundamentalnesse proceso, pois teve que adpatar a linguagem do meio que já escrevia (TV, rádio, revista ou jornal) para a internet, que exige outra forma de se comunicar. E para o usuário, o que muda no uso das mídias que todos nós estávamos acostumados a utilizar?

A TV Digital, por exemplo, apresenta a junção dessa tradicional mídia com a internet. A mudança, em relação ao aparelho de TV comum é que a TV Digital possibilita mecanismos de interatividade, onde o telespectador é quem faz a programação, decidindo que horas quer ver seus programas favoritos. É possível também acessar a internet e receber notícias em tempo real.

Na área de telecomunicações a nova sensação é o Iphone, aparelho que já virou 'febre’ nos Estados Unidos e que chega ao Brasil no próximo ano. O portátil telefone produzido pela Apple reúne não menos que cinco funções: telefone, internet, máquina digital, mp3 player, GPS e vídeo game. Suas várias funções transformam o Iphone no ícone da convergência midiática. O aparelho apresenta uma nova interação com o usuário, já que possui tela sensível ao toque. Além disso, o usuário pode acessar seus e-mails e enviar mensagens de texto, tocar vídeos, assistir shows de TV e filmes.

Nos jornais, aconteceram diversas mudanças depois da convergência midiática. O que a princípio parecia uma ameaça para os jornais tornou-se um trunfo. Disponibilizar a edição de um jornal na internet possibilitou ao leitor aproximar-se mais dos jornais. O processo de interação foi fortalecido com a criação de blogs e a possibilidade dos leitores passarem a ser também produtores de conteúdo. Os blogs de jornais despertam o interesse do leitor para comprar o jornal no dia seguinte e os jornais, por sua vez, estimulam o acesso do blog como ferramenta que estende as discussões da edição impressa. Nesse processo, o usuário é o grande vencedor, pois ganha mais espaço e pode ‘cobrar’ mais qualidade dos jornais.

O rádio também não ficou de fora do processo de convergência, a final de contas, ele sempre foi considerado o veículo mais popular do Brasil. A convergência midiática possibilitou qualquer usuário colocar produções radiofônicas para a livre circulação na internet, através das web rádios. As rádios na internet permitiram a democratização da comunicação no rádio, pois para sua operação não é necessária uma concessão do Ministério das Comunicações (como as rádios AM e FM). E não é só isso, as web-rádios trazem um diferencial: seu alcance é mundial, através da internet. Para lançar as produções na net basta criar um podcast, página na internet que permite que arquivos de áudio possam ser acessados. Para o presidente da Associação dos Ouvintes de Rádio do Ceará, Francisco Djacyr Silva de Souza, a possibilidade de várias rádios poderem ser acessadas na internet é uma grande vitória para o veículo. “Isso muda muito a vida do ouvinte, que agora pode ouvir rádios de todo o Brasil, de Manaus a Porto Alegre”, diz.

terça-feira, 25 de março de 2008

Web 2.0: a hora e a vez do internauta

Logotipo da Enciclópedia Wikipedia
Com a web 2.0 o internauta passa de leitor a produtor de contéudos. O resultado pode ser visto em sites colaborativos. Um dos mais famosos é o da encilopédia Wikipedia.

É cada vez maior a paritipação de internautas na produção de conteúdos na internet. Hoje, qualquer pessoa que navegue pela net pode se tornar colaborador de um site. Para isso, basta entrar em um dos vários sites que permitem que os internautas tornem-se também produtores de conteúdos. Essa nova tendência ilustra o que chamamos de Jornalismo Colaborativo (outros denominam a prática de Jornalismo Cidadão), um dos marcos da Web 2.0.

Uma das páginas pioneiras desse mecanismo na internet foi o site da Wikipedia, onde são colocados artigos, que podem ser editados e complementados. A wikipedia é, como ela mesmo se denomina, uma enclopédia livre, que recebe colaboração de internautas de todos os cantos do mundo. Ao contrário de alguns sites colaborativos, que remuneram algumas produções neles veiculados, todos os colaboradores da wikipedia são voluntários.

A enciclopédia está disponível em mais de 200 idiomas e conta com aproximadamente 8 milhões de artigos sobre os todos temas imagináveis. Para filrar a busca por artigos, o internauta pode clicar em 'busca' e logo irão aparecer opções de artigos sobre o assunto digitado, com ordem decrescente de relevância.


SAIBA MAIS
O termo Web 2.0 faz referência a 2ª segunda geração da rede mundial de computadores, em que intensifica-se o processo de interação e participação de internautas em sites de notícias e de serviços.

terça-feira, 11 de março de 2008

O diferencial do Blogjornalismo

Velocidade na informação e interatividade acabam sendo os fatores que mais diferenciam o blog jornalístico de outras categorias do jornalismo.

O diferencial dos blogs jornalísticos está na velocidade com que as notícias são atualizadas, além de é claro, na aproximação entre jornalista e leitor, através das ferramentas de interatividade que um blog oferece. Além dessas vantagens, os blogs noticiosos ajudam a promover espaços de discussão e troca de informações.

Os blogs jornalísticos começaram a ganhar destaque no mundo durante os atentados de 11 Setembro às Torres Gêmeas, em Nova York (2001). Na ocasião, os principais sites de notícias do mundo se viram diante de um grande desafio: fazer uma boa cobertura da tragédia. Os principais veículos de comunicação (rádio, TV e jornais) tinham dificuldades para transmitir informes sobre o fato e a internet não suportava os inúmeros acessos que congestionavam a rede.

Surgia então, a oportunidade para os diários virtuais, os blogs, divulgarem relatos e informes sobre a tragédia, de uma maneira mais rápida que os demais meios. Nesta cobertura, o diferencial dos blogs estava na forma como as informações eram passadas, através de uma linguagem mais "leve" e cheia de impressões, apresentando um tom subjetivo a um fato que abalou o mundo. E é a partir daí que os blogs passam a adotar um caráter mais jornalístico do que pessoal (de diário virtual a produto jornalístico).

Depois disso, os grandes jornais do mundo inteiro passaram a contratar blogueiros para fazerem coberturas de guerras e fatos importantes. Começa aí, a “onda” de jornalistas que passam a ganhar dinheiro com os seus blogs. No Brasil, o primeiro jornalista a lucrar com a criação de blogs foi Ricardo Noblat. Atualmente o blog de Noblat é financiado pelo jornal O Globo, do Rio de Janeiro.