Iphone: o ícone
Entenda o que é convergência midiática e quais os impactos que ela traz na utilização das mídias tradicionais.
Convergir. Essa é a tendência que todos os veículos de comunicação tradicionais estão passando a utilizar. Mas o que é mesmo convergência midiática? Trata-se simplesmente de um processo tecnológico em que, utilizando apenas um meio (internet, por exemplo), podemos encontrar várias mídias, portanto, elas convergem.
A convergência surge como uma forma mais rápida de se ter acesso a várias mídias ao mesmo tempo, adaptando-se ao homem do século XXI, que não tem tempo a perder.
Mas esses meios não convergiram da noite para o dia, eles foram se 'aproximando' aos poucos. A pesquisadora Maria Lucia Santaella Braga, professora da PUC-SP e que faz estudos sobre a influência das novas mídias nos processos culturais, disse, em entrevista do Jornal O Povo, que o processo de convergência midiática foi possibilitado graças à rapidez do desenvolvimento da hipermídia (documento capaz de mostrar imagens e sons), viabilizando a convergência de várias mídias tradicionais. “Foram assim fundidas, em um único setor do todo digital, as quatro formas principais da comunicação humana: o documento escrito (imprensa, magazine, livro); o áudio-visual (televisão, vídeo, cinema), as telecomunicações (telefone, satélites, cabo) e a informática (computadores e programas informáticos)”, explica.
Outro ponto que possibilitou a convergência midiática foi a digitalização dos meios, como afirma, Pérsio Menezes, em seu texto Os meios de comunicação como extensões da Internet. “Textos, imagens, áudio e vídeo, uma vez digitalizados podem percorrer livremente os circuitos midiáticos, uma vez que não se pode distinguir entre a cópia e o original: ambos são a mesma coisa”, comenta.
Exemplos de convergência midiática não faltam. Cada meio apresenta suas novidades. TV Digital, Iphone, Web-rádios e os blogs são as principais ferramentas utilizadas respectivamente por televisão, celular, rádio e jornal para buscar a convergência. O jornalista tem uma importância fundamentalnesse proceso, pois teve que adpatar a linguagem do meio que já escrevia (TV, rádio, revista ou jornal) para a internet, que exige outra forma de se comunicar. E para o usuário, o que muda no uso das mídias que todos nós estávamos acostumados a utilizar?
A TV Digital, por exemplo, apresenta a junção dessa tradicional mídia com a internet. A mudança, em relação ao aparelho de TV comum é que a TV Digital possibilita mecanismos de interatividade, onde o telespectador é quem faz a programação, decidindo que horas quer ver seus programas favoritos. É possível também acessar a internet e receber notícias em tempo real.
Na área de telecomunicações a nova sensação é o Iphone, aparelho que já virou 'febre’ nos Estados Unidos e que chega ao Brasil no próximo ano. O portátil telefone produzido pela Apple reúne não menos que cinco funções: telefone, internet, máquina digital, mp3 player, GPS e vídeo game. Suas várias funções transformam o Iphone no ícone da convergência midiática. O aparelho apresenta uma nova interação com o usuário, já que possui tela sensível ao toque. Além disso, o usuário pode acessar seus e-mails e enviar mensagens de texto, tocar vídeos, assistir shows de TV e filmes.
Nos jornais, aconteceram diversas mudanças depois da convergência midiática. O que a princípio parecia uma ameaça para os jornais tornou-se um trunfo. Disponibilizar a edição de um jornal na internet possibilitou ao leitor aproximar-se mais dos jornais. O processo de interação foi fortalecido com a criação de blogs e a possibilidade dos leitores passarem a ser também produtores de conteúdo. Os blogs de jornais despertam o interesse do leitor para comprar o jornal no dia seguinte e os jornais, por sua vez, estimulam o acesso do blog como ferramenta que estende as discussões da edição impressa. Nesse processo, o usuário é o grande vencedor, pois ganha mais espaço e pode ‘cobrar’ mais qualidade dos jornais.
O rádio também não ficou de fora do processo de convergência, a final de contas, ele sempre foi considerado o veículo mais popular do Brasil. A convergência midiática possibilitou qualquer usuário colocar produções radiofônicas para a livre circulação na internet, através das web rádios. As rádios na internet permitiram a democratização da comunicação no rádio, pois para sua operação não é necessária uma concessão do Ministério das Comunicações (como as rádios AM e FM). E não é só isso, as web-rádios trazem um diferencial: seu alcance é mundial, através da internet. Para lançar as produções na net basta criar um podcast, página na internet que permite que arquivos de áudio possam ser acessados. Para o presidente da Associação dos Ouvintes de Rádio do Ceará, Francisco Djacyr Silva de Souza, a possibilidade de várias rádios poderem ser acessadas na internet é uma grande vitória para o veículo. “Isso muda muito a vida do ouvinte, que agora pode ouvir rádios de todo o Brasil, de Manaus a Porto Alegre”, diz.
quinta-feira, 10 de abril de 2008
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