quinta-feira, 21 de fevereiro de 2008

Fidel Castro renuncia após 49 anos poder

Fidel conversa com o irmão Raul Castro
Em mensagem divulgada pela imprensa oficial cubana, Fidel Castro anuncia sua renúncia à presidência do país caribenho.

A cinco dias do parlamento cubano eleger a nova cúpula do governo, Fidel Castro anunciou, em comunicado à imprensa cubana, nesta segunda-feira (18), sua renuncia ao cargo de presidente cubano. Fidel já está estava afastado do cargo desde julho de 2006, quando iniciou tratamento contra um grave problema de origem intestinal. "Não aspirarei nem aceitarei - repito - não aceitarei o cargo de presidente do Conselho de Estado e comandante-em-chefe", disse Fidel em carta assinada de seu próprio punho.

Na mesma carta, Fidel não faz referência ao cargo de primeiro secretário do partido comunista (PCC), que ocupa desde 1965. Ele afirmou que não participará na reunião da Assembléia Nacional, marcada para o dia 24 de fevereiro, ocasião onde serão escolhidos os 31 membros do Conselho de Estado Cubano, que compõem o Poder Executivo do país.

Rául Castro, que assumiu interinamente o comando de Cuba desde que seu irmão, Fidel, deixou o poder, é o favorito na disputa e deve ser confirmado como novo líder cubano.

Sobre a sucessão, Fidel expressou apoio ao seu seu irmão Raúl, que segundo o ex-líder, será o futuro presidente cubano. Fidel afirmou ainda que conta "com a autoridade e a experiência para garantir plenamente a sua substituição". Mesmo afastado da política, Fidel promete continuar escrevendo artigos semanais com o título de "Reflexões do Companheiro Fidel", hábito que vem mantendo há vários meses. "Será uma arma a mais no arsenal com qual se poderá contar. Talvez minha voz seja ouvida. Serei cuidado", afirma.

Esta notícia foi inspirada na matéria "Fidel - uma nova era?", publicada no Jornal O Povo no dia 20 de fevereiro de 2008. Dispoível em: http://www.opovo.com.br/opovo/internacional/767135.html


PONTO DE VISTA

Acredito que com a eleição de Raúl Castro, pouco coisa irá mudar em Cuba. Até mesmo por que ele falou em seu discurso de posse que irá sempre consultar seu irmão, Fidel, em todas decisões de estado importantes, ou seja, na teoria houve alternância de poder, mas na prática Fidel continuará mandando e desdamando em Cuba, que viverá, creio eu, no mesmo estilo ditatorial e comunista que todos lá estão acostumados.

Na ilha caribenha, a tendência é mesmo que o poder se concentre por muitos anos com a família Castro, até mesmo porque existem poucos nomes que possam ameaçar essa dinastia, cada vez mais fortalecida e que conta com o apoio da maior parte dos cubanos, pois para eles Fidel é um mito e um persongagem histórico e revolucionário.

Os norte-americanos até que comemoraram a saída de Fidel, mas pelo visto, as relações entre os yankes e os cubanos ficará 'na mesma'. A esperança para que essa relação seja, digamos, 'mais diplomática', é que um dos candidatos democratas, Hilary Clinton ou Barack Obama, vença as eleições presidenciais norte-americanas no final desse ano. Os dois já adotam em seus discursos atitudes que demonstram uma 'aproximação' com o governo cubano caso sejam eleitos.
É esperar pra ver!

CURIOSIDADE
Todos sabem que Fidel tem longos discursos, mas poucos sabem que ele está nos livros dos recordes, o Guiness Book, ao proferir o discurso mais longo da história da Organização das Nações Unidas - ONU, com 4 horas e 29 minutos. O discurso foi feito em uma reunião da ONU em 1960. Mas esse não o maior discurso de Fidel. Em 1986, durante um Congresso do Partido Comunista, ele discursou por 7 horas e 10 minutos. Haja folêgo... e paciência!