segunda-feira, 28 de abril de 2008

O google na vida de um pesquisador

No Brasil o site do Google já virou sinônimo de pesquisa. Viver na era da informação sem o principal site de bucas na internet parece uma missão quase impossível. Não é por menos que a maioria dos pesquisadores exploram diariamente o google e as ferramentas que ele oferece. Um desses pesquisadores é o professor Doutor em Sociologia Daniel Pinheiro, que diz usar o Google diariamente no trabalho, já que tem grande interesse por gestão da tecnologia da informação. Daniel, que leciona a disciplina de Ciência da Informação e coordena o Núcleo de Pesquisas em Ciências Humanas da Unifor – NUPECH, destaca na entrevista a seguir, as principais ferramentas que utiliza, além de destacar os rumos que o Google, mesmo com tantas ferramentas, ainda pode alcançar. Confira! (foto: Daniel Pinheiro - por Bruno Anderson).

BRUNO - Na sua opinião, quais as principais ferramentas do Google?
DANIEL - Para o meu trabalho de professor, a barra de ferramentas do Toolbar, o Google Desktop e o Firefox são, para mim, ferramentas imprescindíveis.

B - Como o Senhor utiliza no trabalho as ferramentas que você citou?

D - O FireFox, por exemplo, me permite, às vezes, visualizar bem melhor alguns sítios. Principalmente os sítios montados por pesquisadores, por que já foram feitos para serem visualizados por ferramentas como o FireFox, então, por exemplo, o visual do FireFox comparado ao do Internet Explorer oferece um olhar diferente da minha própria página
. No FireFox a enquete fica do lado direito com uma resolução. Quando eu abro essa mesma página no Explorer, ela não tem o mesmo desenho, por que ela foi feita para ser visualizada pelo FireFox. Um segundo ponto é que onde eu estiver trabalhando o FireFox é mais rápido, independente de onde você está. Outro ponto é que tem uns arquivos que eu geralmente não localizo (no Explorer). Eu não conseguia localizar o texto pelo Explorer e entrei pelo Firefox e encontrei o texto.

B - E as outras duas ferramentas, o Google Desktop e o Toolbar...

D - O Google Desktop permite que se eu tentar localizar um documento pelo windows, você falta não achar o documento, aqui (na página do Desktop) eu procuro um documento que está ou esteve aqui e consigo abrir. Por exemplo, eu coloco uma palavra-chave e ele vai à procura do texto e ele procura por textos que as palavras estejam nessa ordem. Se eu inverter, ele me dá outros textos. De maneira muito rápida ele me dá uma economia de tempo. Já o Barra Toolbar altera a aparência do Explorer. Ele torna o Explorer mais rápido do uso que eu dou a ele. Na barra do Toolbar, eu encontro algumas coisas que para mim são interessantes, como por exemplo, eu tenho o Gmail já disponível, a pesquisa no meu computador já disponível com o Google Desktop, uma pesquisa do Google acadêmico, um navegador específico de notícia, o Orkut, ele me dá o ranking das páginas, que eu posso também trabalhar com isso, e ele me dá uma busca na internet.

B - Das ferramentas do Google, qual a que o Senhor acha mais importante?
D - O Google Desktop, porque ele localiza rapidamente informações qu estão ou estiveram no meu próprio computador. E o Firefox que me permite uma boa visualização dos sítios que usam aplicativos "free", que são bons, não-pagos e livres, ou foram feitos a partir da base Linux.

B - Professor, que cuidados devemos ter com os sites listados pelo Google?
D - É preciso ter um Firewall para alertar quanto ao riscos de estar acessando sítios de "crackers" e um anti-vírus atualizado. Um firewall é um conjunto de programas correlacionados, localizado numa rede, que protege os recursos de uma rede privada de usuários de outras redes. O termo também implica a política de segurança que é utilizado com os programas.

B - O site Google é, sem dúvida, o mais acessado no Brasil para fazer pesquisas. No entanto, a maioria dos usuários demora horas para fazer pesquisas simples. O que podemos fazer, tendo em vista que o Senhor já está acostumado com pesquisas no Google, para otimizar o nosso tempo de pesquisa nesse site?
D - Primeiro, é preciso saber exatamente o que se deseja, se é documento acadêmico, artigo de periódicos científicos ou texto genérico. Segundo, para recuperar esse texto, é importante saber quais as palavras-chave que se vai buscar, pois, só as duas primeiras páginas da busca no site google.com.br são aproveitáveis. Esqueça o resto. Terceiro, seja qual for o sítio de busca que se use, todos são imperfeitos. Todos têm "bugs". Nunca use somente um. Há outros. Veja também as ferramentas como achei aqui, Msn ou a Yahoo. Elas são muito boas.

B - O que ainda falta se criar no google ?
D -
Uma ferramenta de Techweb que permita localizar imagens. No máximo se consegue hoje localizar o nome do arquivo de imagens ou o sítio onde a imagem pode estar.

B - Enfim professor, para encerrarmos, qual a importância que essas três ferramentas que o Senhor citou no início da entrevista tem no seu trabalho, cotidianamente?
D - A tarefa de um pesquisador de formação mais rigorosa, mais crítica, é propor e testar teorias. A gente testa teorias com diversas estratégias. Uma delas é testando levantar hipóteses a partir de determinada uma teoria e, em seguida, discutir essas hipóteses, para saber se elas são verdadeiras ou falsas, se elas se aplicam ou não se aplicam. Nessa teoria uma informação em formato digital, como eu encontro no Google, me permite coisas que eu não conseguiria fazer com facilidade se eu tivesse com o texto impresso em mãos. Por exemplo, descobrir quantas vezes ele (o autor) utiliza a palavra 'lógica' no texto ou se ele não usa a palavra no texto. Então, essa é a uma vantagem importante, porque ela (ferramenta) me dá agilidade, me dá velocidade tanto na localização do texto quanto na localização da recuperação da informação. Essa então é a vantagem de usar essas três ferramentas.

sábado, 26 de abril de 2008

A holandesa que tem a cara do Brasil

O Centro Dragão do Mar comemorou o seu aniversário de 9 anos trazendo a cantora holandesa Josee Koning, que é fã da música brasileira, em especial da Bossa Nova.

A cantora holandesa Josee Koning não poderia ter escolhido melhor hora para fazer um novo show em terras brasileiras. Afinal de contas, em 2008 a Bossa Nova, um de seus estilos favoritos, completa 50 anos. Ao lado do músico instrumentalista João Gaspar, a cantora, considerada a mais brasileira da Holanda, fez um show em homenagem a Bossa Nova – em especial a Tom Jobim, no anfiteatro do Centro Dragão do Mar, no sábado, 26 abril.


Josee Koning apresentou um show com músicas cantadas em português e holandês, mas todas com o toque peculiar da bossa nova. Koning esbanjou talento e simpatia com o público, que compareceu em bom número ao espetáculo, contando as histórias das músicas que interpretava. No repertório, músicas de sua autoria, alguns clássicos da Bossa Nova, como Desafino, de Tom Jobim, e canções de Carmem Miranda, Ivan Lins e Caetano Veloso.


Ao final de cada música, o público aplaudia calorosamente a cantora holandesa, que dialogava com um português impecável. Koning apaixonou-se pela música brasileira após concluir estudos no Conservatório de Amsterdam, na Holanda, passando a estudar e pesquisar as canções de cantores como Tom Jobim e o estilo da Bossa Nova.


Em 1995, Josee Coning gravou, no seu primeiro ano de carreira solo, o CD “Tribute to Antonio Carlos Jobim” que contou com os arranjos do músico brasileiro Dori Caymmi. O show foi gravado em Los Angeles, nos Estados Unidos, e fez turnê pela Europa, Coréia e no Brasil.

quinta-feira, 10 de abril de 2008

O fenômeno da Convergência midiática

Iphone: o ícone
Entenda o que é convergência midiática e quais os impactos que ela traz na utilização das mídias tradicionais.

Convergir. Essa é a tendência que todos os veículos de comunicação tradicionais estão passando a utilizar. Mas o que é mesmo convergência midiática? Trata-se simplesmente de um processo tecnológico em que, utilizando apenas um meio (internet, por exemplo), podemos encontrar várias mídias, portanto, elas convergem.

A convergência surge como uma forma mais rápida de se ter acesso a várias mídias ao mesmo tempo, adaptando-se ao homem do século XXI, que não tem tempo a perder.

Mas esses meios não convergiram da noite para o dia, eles foram se 'aproximando' aos poucos. A pesquisadora Maria Lucia Santaella Braga, professora da PUC-SP e que faz estudos sobre a influência das novas mídias nos processos culturais, disse, em entrevista do Jornal O Povo, que o processo de convergência midiática foi possibilitado graças à rapidez do desenvolvimento da hipermídia (documento capaz de mostrar imagens e sons), viabilizando a convergência de várias mídias tradicionais. “Foram assim fundidas, em um único setor do todo digital, as quatro formas principais da comunicação humana: o documento escrito (imprensa, magazine, livro); o áudio-visual (televisão, vídeo, cinema), as telecomunicações (telefone, satélites, cabo) e a informática (computadores e programas informáticos)”, explica.

Outro ponto que possibilitou a convergência midiática foi a digitalização dos meios, como afirma, Pérsio Menezes, em seu texto Os meios de comunicação como extensões da Internet. “Textos, imagens, áudio e vídeo, uma vez digitalizados podem percorrer livremente os circuitos midiáticos, uma vez que não se pode distinguir entre a cópia e o original: ambos são a mesma coisa”, comenta.

Exemplos de convergência midiática não faltam. Cada meio apresenta suas novidades. TV Digital, Iphone, Web-rádios e os blogs são as principais ferramentas utilizadas respectivamente por televisão, celular, rádio e jornal para buscar a convergência. O jornalista tem uma importância fundamentalnesse proceso, pois teve que adpatar a linguagem do meio que já escrevia (TV, rádio, revista ou jornal) para a internet, que exige outra forma de se comunicar. E para o usuário, o que muda no uso das mídias que todos nós estávamos acostumados a utilizar?

A TV Digital, por exemplo, apresenta a junção dessa tradicional mídia com a internet. A mudança, em relação ao aparelho de TV comum é que a TV Digital possibilita mecanismos de interatividade, onde o telespectador é quem faz a programação, decidindo que horas quer ver seus programas favoritos. É possível também acessar a internet e receber notícias em tempo real.

Na área de telecomunicações a nova sensação é o Iphone, aparelho que já virou 'febre’ nos Estados Unidos e que chega ao Brasil no próximo ano. O portátil telefone produzido pela Apple reúne não menos que cinco funções: telefone, internet, máquina digital, mp3 player, GPS e vídeo game. Suas várias funções transformam o Iphone no ícone da convergência midiática. O aparelho apresenta uma nova interação com o usuário, já que possui tela sensível ao toque. Além disso, o usuário pode acessar seus e-mails e enviar mensagens de texto, tocar vídeos, assistir shows de TV e filmes.

Nos jornais, aconteceram diversas mudanças depois da convergência midiática. O que a princípio parecia uma ameaça para os jornais tornou-se um trunfo. Disponibilizar a edição de um jornal na internet possibilitou ao leitor aproximar-se mais dos jornais. O processo de interação foi fortalecido com a criação de blogs e a possibilidade dos leitores passarem a ser também produtores de conteúdo. Os blogs de jornais despertam o interesse do leitor para comprar o jornal no dia seguinte e os jornais, por sua vez, estimulam o acesso do blog como ferramenta que estende as discussões da edição impressa. Nesse processo, o usuário é o grande vencedor, pois ganha mais espaço e pode ‘cobrar’ mais qualidade dos jornais.

O rádio também não ficou de fora do processo de convergência, a final de contas, ele sempre foi considerado o veículo mais popular do Brasil. A convergência midiática possibilitou qualquer usuário colocar produções radiofônicas para a livre circulação na internet, através das web rádios. As rádios na internet permitiram a democratização da comunicação no rádio, pois para sua operação não é necessária uma concessão do Ministério das Comunicações (como as rádios AM e FM). E não é só isso, as web-rádios trazem um diferencial: seu alcance é mundial, através da internet. Para lançar as produções na net basta criar um podcast, página na internet que permite que arquivos de áudio possam ser acessados. Para o presidente da Associação dos Ouvintes de Rádio do Ceará, Francisco Djacyr Silva de Souza, a possibilidade de várias rádios poderem ser acessadas na internet é uma grande vitória para o veículo. “Isso muda muito a vida do ouvinte, que agora pode ouvir rádios de todo o Brasil, de Manaus a Porto Alegre”, diz.